Caminho
Jul 7, 2022
por Américo Paim
Não vejo caminho
que não tenha pó
e não me sinta só
cansado dormente
ou medroso silente
e doído em arrepio
passo manco vazio
e abraçado de mim
e aflito por um fim
E gosto de caminho
que curve e dobre
a minh’alma cobre
que grite ou chore
que não se demore
se entregue inteira
e não pare à beira
e que o pé arranhe
e que a mão lanhe
Preciso de caminho
que lembre e goste
ninguém me aposte
me venha riso farto
pois de novo parto
e ao se fazer a hora
se depois ou agora
que me seja inteiro
ao mar meu veleiro